sábado, 19 de dezembro de 2015

Me ajudem !!!



Meu Nome é Eduardo sou conhecido como mago branco por sempre praticar magias brancas!!!
Quero muito aquecer o coração de uma criança nesse natal aquelas que estão internada por algum motivos.
e Quero ser um papai noel daquelas que enviaram sua carta aos correios mas sozinho sou um elo muito flagele então resolvi pedir sua ajuda !!!
Hoje existe tantas pessoas que pende dinheiro para tomar sua pinga ou ate mesmo aqueles grandes líder que usa da fé dos inocente para pedir dinheiro !!!
se você sentir em seu coração em sua alma em ajudar essas crianças comigo eu ficarei muito feliz porque eu bem sei que uma egregora so tem força com varias pessoas no mesmo proposito e hoje quero fazer alguem feliz !!
''Saiba também que tudo que você planta um dia você colhe''
Estarei deixando aqui duas contas pessoais se você sentir poderá fazer um deposito no valor que você sentir pode ser R$0,50 desde que venha de coração
segue as contas
BANCO DO BRASIL CONTA CORRENTE
AGENCIA :6737-7 CONTA 7.182-x
BANCO ITAU CONTA CORRENTE AGENCIA 9206 CONTA 31661-5
QUE OS GUARDIÕES DA LUZ LHE TUDO QUE DESEJA NESSE ANO DE 2016


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Anjos dos Dias

O Anjo do Dia, Domingo – Anjo de infinita Luz

Grande guerreiro que combate as trevas. Que corta o mal com sua espada poderosa e flamejante. Envie-me fogo purificador e regenerador. Limpe-me das impurezas internas e externas. Purifique toda minha alma e todo meu corpo. Restaure, equilibre e harmonize todo meu ser. Proteja-me para que eu não seja atingido pelas maldades de meus inimigos. Em ti confio e entrego-me para guiar-me e proteger-me por toda minha caminhada terrena.
Amém.
Lembre-se que : “tudo far-se-á segundo a sua vontade.”

O Anjo do Dia, Segunda-Feira – Anjo Mensageiro

Que por vosso intermédio eu obtenha sempre boas notícias. Promova em meus contatos paz, harmonia e alegria. Que todas as minhas mensagens recebidas ou transmitidas sejam para o bem de todos os envolvidos. Ilumine-me, dê-me inteligência para comunicar e promover mudanças benéficas, favoráveis a mim e a todos que me envolver. Conceda-me a transformação de minha alma e que através de meu ser purificado eu possa ajudar no despertar de outros, para que juntos possamos viver na mais perfeita harmonia.
Amém.
Lembre-se que : “tudo far-se-á segundo a sua vontade.”

O Anjo do Dia, Terça-Feira – Anjo da Energia Divina

Dê-me força e coragem para seguir em frente. Que os períodos de fraqueza sejam combatidos com firmeza e determinação. Que eu aja sempre dentro da lei de Deus e da lei dos homens e que em momento algum eu seja atingido pelas injustiças de meus irmãos que ainda se encontram adormecidos.
Amém.
Lembre-se que : “tudo far-se-á segundo a sua vontade.”

O Anjo do Dia, Quarta-Feira – Anjo da Cura

Cure-me de todos os males que impedem minha evolução material e espiritual. Ó Anjo divino, ilumine minha alma e que eu possa com sua proteção curar todo o mal que me atrapalha e atrapalha a caminhada de meus irmãos. Dê-nos força e saúde para persistirmos com infinita vontade em praticar boas obras aos nossos irmãos e que juntos possamos curar e harmonizar todo o planeta.
Amém.
Lembre-se que : “tudo far-se-á segundo a sua vontade.”
O Anjo do Dia, Quinta-Feira – Anjo da Justiça Divina
Dê-me inspirações para transmitir aos meu irmãos, através das palavras escritas ou faladas todo o ensinamento que eu recebo de Cristo por intercessão dos seres celestiais. Que todo conhecimento que eu adquirir por sua influência me faça crescer dia após dia. Que minha sabedoria seja eterna e eu a aproveite infinitamente a favor de meus semelhantes.
Amém.
Lembre-se que : “tudo far-se-á segundo a sua vontade.”
O Anjo do Dia, Sexta-Feira – Anjo do Amor
Que minhas emoções sejam equilibradas, que a harmonia seja instalada em minha alma, que meu coração seja a morada permanente do sentimento do amor. Que o amor seja infinitamente a força que me sustenta e mantém-me unido a todos meus irmãos. Que meu alicerce seja baseado no amor de Cristo. A cada amanhecer que eu seja preenchido pelos raios de sua chama. Permita-me, espalhar por onde eu andar seu ensinamento e que todos os que através de mim compreenderem o sentimento de amor, o levem adiante a todos outros que encontrarem.
Amém.
Lembre-se que : “tudo far-se-á segundo a sua vontade.”


O Anjo do Dia, Sábado – Anjo da Proteção

Ajude-me a cumprir minha missão a qual me foi proposto por Deus a realizar durante minha permanência aqui na terra. Permita-me seguir com meu propósito, sem que dele eu me desvie, em nenhum momento deixe-me ser tomado pela fraqueza. Fortaleça minha alma, aumente minha vontade de buscar sempre mais fontes necessárias para meu crescimento espiritual.
Amém.
Lembre-se que : “tudo far-se-á segundo a sua vontade.”

O Significado das velas

O Significado das velas

Existem muitas maneiras de usar as velas, a mais usada é na decoração de nossas casas, pois transmite paz, energia e proporciona um ambiente de tranquilidade. No entanto, cada cor de vela têm um significado. Podemos também usar a vela para um objetivo específico.
significado-das-velas
Formas de usar as velas
Pegue um pouco de azeite de oliva ou óleo de amêndoas e esfregue vigorosamente nas palmas das mãos. Unte a vela, passando as mãos sete vezes no sentido do pavio para a base. Esse procedimento serve para purificar a vela. Depois, repita o procedimento no sentido inverso, ou seja, da base para o pavio, assim você estará impregnando a vela com a sua energia. No caso de pedidos para o amor, uma boa dica é colocar duas velas juntinhas, escrevendo numa delas o seu nome, e na outra, o nome do seu par amoroso. Você também pode untar as velas com óleos aromáticos específicos para a área sentimental: rosas, ilangue-ilangue ou neróli (flor-de-laranjeira) são boas opções.
As velas e as cores
Vela Branca
A mais pura das velas, a vela branca é inspiração para o despertar da espiritualidade e a ascensão da consciência. Ligada aos chakras superiores, serve ao despertar da pureza essencial do homem. A vela branca também representa a mãe, sendo excelente para despertar e fortalecer a imaginação, a criatividade e a fertilidade. Protege as crianças desde o útero materno até os oito anos. Reforça os laços familiares, representando a harmonia e pureza no lar. Ela purifica todo o organismo, mas ajuda principalmente na cura de doenças estomacais, das glândulas mamárias, do sistema linfático, do sistema nervoso central e do parassimpático. Protege as menstruações, a gravidez e os partos.
Vela Laranja
Esta vela representa o Sol e deve ser utilizada para agradecimento a Deus. Ela incentiva a criatividade, as atividades artísticas e desportivas. E uma revitalizadora de todo o organismo, mas ajuda principalmente a proteger e restabelecer o coração, a coluna vertebral, o baço, o duodeno, a vista e a fertilidade. É excelente auxiliar para quem quer receber luz, espiritualizar-se e aumentar seu poder mental.
Vela Vermelha
Interessante lembrar que esta é uma das velas mais utilizadas em magias ciganas e é a mais ligada à beleza física e à sensualidade. A vela vermelha nos concede autoridade, vitalidade e paixão. Ela nos protege de acidentes e de situações de violência e perigo físico. E a melhor ajuda para a proteção de entes queridos. Auxilia em qualquer intervenção cirúrgica. Traz vitalidade a todo o corpo, mas protege principalmente a cabeça, o rosto, os órgãos sexuais, as vias urinárias, os rins, as glândulas supra-renais, a circulação sangüínea e as secreções biliar e hepática. Ajuda a conectar com o chakra básico e com as forças terrestres. Vela importante quando queremos nos conectar com seres e forças do plano material.
Vela Amarela
Esta vela nos permite dar forma e movimento a nossas idéias. É a vela dacomunicação. Representa a ordem, o raciocínio e a lógica. Protege especialmente os pulmões e os brônquios, a respiração, o sistema cerebral e suas ramificações nervosas, a língua, os ouvidos, os intestinos, os braços e as mãos. Ela ajuda a vencer a timidez e favorece as relações sociais. Intensifica a memória, a agilidade mental, a eloqüência e a capacidade de entender entrelinhas. Também ajuda na cura de doenças psicossomáticas.
Vela Rosa
Por estar muito ligada às forças do coração, esta vela atrai seres e forças ligados a este plano sutil. A vela rosa simboliza o amor incondicional e as relações regidas por afeto intenso. Provoca a atração e desperta a sensibilidade e os sentimentos nobres e puros. Protege o tato, a sensibilidade, o metabolismo, as funções renais, os órgãos sexuais femininos, a região lombar, a derme e o cabelo. Ela concede a harmonia necessária que deve haver entre as funções orgânicas. Evita o contágio e a propagação das doenças venéreas,assim como a depressão.
Vela Violeta
Violeta é a cor da espiritualidade e a cor de Saint Germain, mestre ascensionado da Chama Violeta que auxilia na queima do karma. Ligada ao chakra do fogo, ajuda na purificação de nosso ser. Ela aumenta a nossa capacidade de sacrifício e a perseverança. Protege os missionários e os imigrantes. Atua sobre o pâncreas e o metabolismo endócrino, na circulação arterial e depuração do sangue. Evita processos infecciosos. Protege os pés, a pele, os músculos e as cadeiras. Auxilia para que as pessoas se livrem de diversos tipos de vícios: cigarro, álcool, drogas, fármacos e as depressões suicidas induzidas por este tipo de dependência.
Vela Verde
Ligada ao chakra Svadhistana, ou seja, o chakra dos desejos, esta vela ajuda na realização de nossos sonhos e metas. E também a vela que desperta a vitalidade e recupera a energia vital, sendo aconselhável acendê-la quando nos sentimos exauridos e esgotados. Também utilizada em ritos para alcançar a fertilidade, a abundância e a fartura. A vela verde está ligada ao mundo material, posto que o verde é a cor da natureza. Ela simboliza a estabilidade, a fidelidade, a constância, a responsabilidade, a perseverança, a longevidade, o êxito na profissão, a sabedoria e a transcendência. Protege os idosos e ajuda a evitar as doenças senis. Atua sobre os ossos, os dentes, a hipófise, as ramificações neurológicas e todas as partes do organismo consideradas frágeis e delicadas.
Vela Preta
É sempre bom lembrar que a cor preta é uma espécie de esponja que atrai para si praticamente qualquer coisa. Isso se aplica a roupas e, naturalmente, a velas. Por isso, a vela preta deve ser utilizada somente em rituais esotéricos e por um iniciado, pois ele saberá exatamente que tipo de forças está atraindo.
Vela Azul
Quando azul claro, desperta interiorização, tranqüilidade, paz e harmonização. Abre as portas do mundo oculto, tornando fácil a comunicação astral. Ótima na luta contra o medo. Quando o azul é mais profundo, representa o prazer de viver e tudo aquilo que nos desperta gosto pela vida. Ela estimula a sensualidade, a auto-estima e induz à conquista amorosa. Ela protege a garganta, a laringe, a faringe, a tireóide, a língua, as cordas vocais e a fala, o paladar, a Trompa de Eustáquio, o cerebelo, as vértebras cervicais e a nuca.
As velas e as Formas
O formato das velas tem muito a ver com os diversos planos e estados e são um fator importante no plano místico. Veja a seguir o que você pode saber apenas pelo formato de uma vela.
Quadrada:
Este símbolo representa a terra, a matéria e os elementais da terra, os gnomos. Remete à cor vermelha, à nota musical Ré, ao Sol, ao chakra Muladhara e a Xangô.
Meia Lua:
Representa a água, o estado líquido, lemanjá e os elementais da água, as ondinas e as sereias. E relacionado aos sonhos e à Lua. Sua cor de equilíbrio é vinho, a nota musical é Si e desperta o chakra Svaddhistana.
Triangular:
ligada ao fogo, às salamandras, a Ogum e a Marte. Sua nota musical é Dó, sua cor é lilás e desperta o chakra umbilical.
Hexagonal:
representa o estado gasoso e os elementais do ar, os silfos. Ligado a Oxóssi, sua cor é rosa e sua nota musical é Fá. Desperta o chakra cardíaco e seu planeta é Saturno.
As Velas, os Dias da Semana e os Planetas
Os dias da semana são regidos por determinadas forças e entidades que dão poder às velas confeccionadas ou utilizadas sob sua regência.
Domingo
Dia do Sol, propício para nos dar vitalidade e energia, vigor e alegria em viver. O domingo é o dia ideal para rituais de prosperidade e fama, quando desejamos reconhecimento pelos nossos esforços no trabalho ou nas artes.
Segunda-feira
Dia regido pelos mistérios da Lua, essencialmente feminino. Este dia propicia a conexão com o oculto, com os mistérios e com o lado mais sutil das coisas. Bom para rituais e exercícios de vidência e espiritualidade, para vermos o que está oculto.
Terça-feira
Dia de Marte, é ideal para magias que nos dão força e vontade para vencer os obstáculos. Ligado à cor vermelha. Os regentes deste dia podem ajudar em batalhas e lutas que precisamos travar.
Quarta-feira
Mercúrio rege este dia, dando mente ativa e serena para planejamentos e projetos. A criação de um plano de apoio para alcançar nossas metas é muito importante e por isso este dia é ótimo para concentração de todos aqueles que se sentem perdidos ou confusos quanto a sua vocação ou simplesmente não conseguem resolver um problema mais complexo.
Quinta-feira
Dia de Netuno, ideal para expansão e para início de empreendimentos.
Sexta-feira
Dia regido por Vênus, é muito bom para rituais de amor, amizade e beleza. Quando falamos de rituais de amor, é bom lembrarmos que muitas vezes um ritual de amor é necessário para que despertemos o amor por nos mesmos. Muitas pessoas precisam aprender a se amar antes de serem amadas por outras pessoas e as velas são um ótimo canal para essa descoberta.
Sábado
Dia regido por Saturno, planeta de ciclo lento (pessoas sob sua regência tendem a demorar em suas diversas fases). É também dia de queima de karma e propício para conseguirmos paciência para concretização de projetos demorados.
Os cuidados com as velas
Tenha sempre absoluta consciência das forças que deseja despertar. Se despertar o amor, amizade, a sabedoria e a boa sorte, não há motivos para se preocupar. Isso nos leva aos pequenos e simples cuidados que todos os ocultistas devem ter ao lidar com velas.
1. Antes de tudo, tenha certeza do que quer. Formule seu desejo para as forças ocultas e para você mesmo de maneira consciente e nunca de maneira leviana ou confusa.
2. Evite acender uma vela que já tenha sido usada. Velas que já foram acesas não devem ser reaproveitadas. (isso vale para velas de aniversário também). No caso de velas usadas para iluminação da casa, não a mude de aposento, pois ela já possui a vibração do lugar onde foi acesa.
3. Caso tenham ocorrido situações tensas no aposento em que uma vela estava acesa, como brigas, inveja, raiva, repressão e ciúmes, livre-se imediatamente da vela, pois ela se carregou das energias negativas.
4. Se você não for um iniciado nas ciências ocultas, evite sair e deixar uma vela acesa, mesmo que seja num altar. Além do risco evidente de incêndio, você corre o risco de a vela atrair sem querer seres em busca de auxílio que podem trazer vibrações estranhas para sua casa.
5. Se você não é iniciado, não é aconselhável acender velas dentro de sua casa para pessoas que não estão mais nesse plano (desencarnados).
6. Evite que toquem em suas velas. Elas devem estar impregnadas das suas vibrações. Os monges do Tibet costumam magnetizar as velas antes de acendê-las com a imposição de mãos e mantras para que ela fique integrada a sua intenção. Você pode fazer o mesmo, utilizando óleo e orações ou cânticos.
7. Procure, sempre que possível, adquirir mais conhecimentos sobre as cores, formas e essências das velas, fazendo com que estes elementos trabalhem ao seu favor de acordo com suas intenções.

Prece do Silencio








Prece do Silêncio
Pai,
que hoje eu possa saber fazer silêncio!
Que os maus pensamentos se calem
e que os meus ouvidos sejam surdos
para más palavras e maledicências.
Que os meus olhos possam apenas enxergar o
Bem
em todas as coisas por pior que elas pareçam.
Que o meu ego se emudeça e se afaste
de julgamentos e condenações.
Que a minha alma se expanda e tenha compaixão
por todos os seres vivos.
Que em meu silêncio eu veja que há tempo
para fazer preces pelos que já se foram.
Que eu consiga perceber cada recado Teu
através das Tuas criações.
Que eu compreenda que a Tua voz é a única
que me
sopra a Verdade nas 24 horas dos meus dias.
Que eu ouça em cada minúsculo ser
a grandeza da Tua obra.
Que eu perceba nessa Grandeza o quanto
és desprovido de orgulho.
Pai,
que hoje eu possa saber fazer silêncio!
Que eu saiba calar na hora exata
e nessa hora lembrar-me de observar
que na música da Vida
só prevalece a Tua arte ...
... e que em meio a
qualquer som
Tu sempre soarás mais
alto
e jamais hás de calarTe.
Amém.

O que é Magia ?

Antes de começarmos a discutir a prática da magia, primeiro precisamos saber do que isso se trata. Ao longo dos anos, um número infinito de definições da palavra “magia” apareceram, e nós teremos que lidar com muitas destas a fim de entender o conceito de prática mágica.
Provavelmente a definição mais famosa veio de um dos magistas mais importantes do século XX, Aleister Crowley (1875-1947):
Magia é a Ciência e a Arte de Provocar Mudanças em Conformidade com a Vontade.
Embora essa definição de fato descreva o núcleo da prática mágica muito bem, ela é um pouco geral e genérica demais para o leigo e o iniciante entenderem. Geralmente se espera algo completamente diferente ou especial do termo “magia”, ou seja, uma disciplina que está mais interessada nas influências “sutis”, tais como a formação de seu próprio destino e as “coincidências”. Além disso, a definição acima não oferece nenhuma pista, seja qual for, quanto às técnicas e os métodos utilizados na magia.
Alguns autores, como Israel Regardie e Francis King, levaram isso em conta e tentaram expandir a definição de Crowley:
Magia é a ciência e a arte de usar estados de consciência alterada para provocar mudanças em conformidade com a vontade.
Esta solução também não é exatamente a melhor, mas é boa o suficiente para se começar. Vamos dar uma olhada mais de perto nela, já que esta definição já contém uma fórmula prática importante. Primeiramente, os termos “arte” e “ciência” são importantes aqui. Muitas vezes o termo “ciência oculta” é usado, mas o ocultista (ou cientista oculto) geralmente define “ciência” bem diferente da forma que um “cientista exato” ou “natural”. Na tentativa de ganhar o reconhecimento da ciência didática ortodoxa, muitos ocultistas (e até mesmo magistas) tentaram usar a palavra “científica” para descrever a sua disciplina. Isto só é verdade enquanto a magia usa métodos científicos. No jargão técnico, ela é “empírica”, ou “empiricamente científica”, o que se aplica pelo menos à magia prática cotidiana. Isto significa que a magia visa em primeiro lugar o que é visivelmente bem-sucedido.
Por outro lado, o termo “arte” refere-se à área mais intuitiva da magia que inclui os “instintos do belo”, e os sentimentos em geral, bem como a sensibilidade para as energias sutis (tais como aquelas envolvidas nos vários tipos de clarividência). Sonhos e Visões também caem sob o aspecto de “arte” da magia, mas o pensamento e o conhecimento das correlações, por outro lado, pertencem ao aspecto de “ciência”.
Em resumo, a magia faz uso de ambos estes componentes da personalidade humana chamados de “racional” e de “irracional”. Uma vez que a palavra “irracional” tem uma conotação negativa nesta época de racionalismo (“irracional” muitas vezes é sinônimo de “tolo”, “louco”, “louco”, “imprudente”), preferimos chamá-lo de “o lado intuitivo” do magista.
Vemos que a magia realmente visa atingir a totalidade e unidade espirituais de uma pessoa. Isto tem razões puramente práticas, porque só quando ambos os lados trabalham juntos em harmonia que os resultados mágicos podem ser alcançados, resultados que muitas vezes aparecem como se eles fossem desmentir todas as leis (científicas) da natureza, o que naturalmente não é verdade, como veremos ao longo deste livro.
Mas a magia, no entanto, é ainda mais do que a arte e a ciência de alcançar a unidade da alma. Começaremos com a magia prática cotidiana, também chamada de “baixa magia”, que é um termo que certamente não pretende ser depreciativo, mas que serve ao propósito de distinguir da “alta magia”, mais mística e religiosa, em termos de técnicas e conteúdos envolvidos. Na prática, uma pessoa precisa usar os dois aspectos (o racional e o intuitivo) para efetivamente realizar um ato de magia bem-sucedido. Isso acontece através de dois dos três mais importantes componentes básicos do ato mágico, ou seja, a combinação da vontade e da imaginação. (Discutiremos o terceiro fator em breve, os “estados de consciência alterada.”)
Nós ilustramos isto no Diagrama 1. Olhe atentamente para o diagrama por alguns minutos e tente adicionar mais recursos para cada coluna apropriada. Tente pensar em outras coisas que pertencem à área de “arte”, e algumas que se encaixam na coluna da “ciência” também. Você também perceberá que nós criamos uma relação entre “arte” e “imaginação”, bem como uma relação entre “ciência” e “vontade”.
ArteCiência
  • lado direito do cérebro
  • lado esquerdo do corpo
  • intuição
  • visão
  • sensação
  • premonição
  • sintética
  • cíclica
  • mítica
  • federalista
  • caos criativo
  • simbológica
  • irracional
  • lado esquerdo do cérebro
  • lado direito do corpo
  • lógica
  • pensamento
  • consideração
  • cálculo
  • analítica
  • linear
  • fatual
  • centralista
  • mantém a ordem
  • formalmente lógica
  • racional
ImaginaçãoVontade
Magia
Diagrama 1: Ilustração da estrutura básica da magia
A “arte” corresponde à “imaginação” por meio de sua natureza intuitiva, enquanto a “ciência” corresponde à “vontade” através de sua refletividade e de seus objetivos claros e precisos. Desta forma, já temos uma equação preliminar: VONTADE + IMAGINAÇÃO = MAGIA.
Na verdade, durante muitos anos esta foi considerada a fórmula básica final da magia. Algumas disciplinas como o pensamento positivo, no qual certos eventos e situações são intencionalmente (“vontade”) visualizados (“imaginação”) tão realisticamente quanto for possível, trabalham quase que exclusivamente de acordo com este princípio, e são muito bem sucedidos em fazê-lo nisso. Mas se olharmos mais uma vez para a nossa definição, perceberemos que ainda há alguma coisa faltando nessa equação: os “estados de consciência alterada”. Esses estados de consciência alterada que são usados na magia são referidos como trance mágico ou gnose. É importante lembrar que o trance mágico geralmente não tem nada a ver com o trance hipnótico completo no qual a vontade da pessoa hipnotizada é em sua maior parte desligada ou controlada por outra pessoa. Isso também violaria a afirmação “em conformidade com a vontade”, porque aqui nós significamos uma vontade clara e consciente [1].
Mas se já estamos usando a nossa imaginação e vontade, por que ainda precisamos do trance mágico? Para entender isso, precisamos entender a estrutura de nossa psique e como ela funciona, porque nós gostamos de assumir que o poder mágico e a capacidade de executar a magia é uma ocorrência interior e espiritual.
Mente Consciente
Censurador
Mente Subconsciente
Diagrama 2: A estrutura básica da psique
No Diagrama 2, apresentamos uma forma simplificada do modelo comum da psique humana, tal como previsto pela psicanálise moderna. Primeiro vemos a mente consciente, também conhecida como a consciência do dia ou consciência desperta. Na porção inferior do diagrama, podemos ver o subconsciente, que também é chamado de inconsciente. Isso inclui tudo o que normalmente escapa à nossa mente consciente. Embora seja constantemente ativo, normalmente só o percebemos quando sonhamos. O assim chamado censurador está localizado entre as mentes consciente e subconsciente. Ele representa uma espécie de “filtro bidirecional”. Por um lado, assegura a percepção seletiva dos estímulos do mundo exterior. Por outro, protege a mente consciente da inundação incontrolável de informações da mente subconsciente, que inclui repressões e complexos. É atribuída uma função vital ao censurador, a saber a manutenção do que geralmente chamamos de “saúde espiritual”. É de grande importância perceber isso para nos prevenir de pensarmos no censurador como um “inimigo maligno” que só está tentando evitar que nós magistas tenhamos diversão na vida! Mas, infelizmente, isso acontece com bastante frequência.
Reconhecidamente, o censurador também tem uma desvantagem considerável, a saber, que ele é extremamente conservador. Somente com relutância ele permite que a mente consciente faça contato direto e imediato com a mente subconsciente, desta forma escapando do seu controle. Você poderia compará-lo com um “guarda real” levemente desconfiado, um servo leal e bravo para seu mestre, mas às vezes preocupado demais com sua própria segurança para permitir e admitir novas situações sem um exame cuidadoso.
Na verdade um dos mais importantes “truques” na magia é desligar temporariamente o censurador, a fim de tocar diretamente a fonte de poder (o subconsciente) e atribuir-lhe tarefas específicas. Isso acontece através do trance mágico ou gnóstico. Este estado muitas vezes se assemelha ao período vago pouco antes de adormecermos em que a mente consciente ainda está ativa, mas bastante subjugada. Neste estado, podemos trocar informações diretamente com o subconsciente, por exemplo, sob a forma de imagens. Durante o trance mágico, o censurador de certo modo é “posto para dormir”. Idealmente, “dormiria” muito levemente e só despertaria em uma emergência. A propósito, isso corresponde ao papel da espada na magia, como veremos mais tarde, quando discutirmos as armas rituais.
Assim, agora temos a estrutura completa da magia que corresponde à nossa definição estendida, conforme ilustrada no Diagrama 3 abaixo.
Imaginação                Vontade
|____ Trance ____|
|
Magia
Diagrama 3: A estrutura básica da magia (II)
Em comparação, o Diagrama 4 (próxima página) reflete o mesmo conceito na forma de uma “equação matemágica”. Seria melhor se você estudasse cuidadosamente estes diagramas e até memorizasse, já que estaremos tratando de fórmulas semelhantes ao longo deste livro. Isto não é só um jogo! Pelo contrário, as fórmulas são abreviações mnemônicas para nos ajudar a memorizar as regras e as leis a partir das quais práticas derivativas podem ser obtidas. Um dos objetivos deste livro é apontar as estruturas básicas da magia e esclarecê-las. A este respeito, este é um conceito inteiramente novo, já que a maioria da literatura mágica disponível hoje é escrita como um “livro de receitas”. Em vez de explicar as leis básicas que regem a magia, a maioria dos autores, até mesmo os mais antigos, geralmente somente fornecem “receitas” individuais. Rituais para proteção contra um inimigo, grifos mágicos para a felicidade e prosperidade, amuletos para evitar a peste e a cólera, mantras (palavras mágicas) para “atrair um príncipe”, ou conjurar espíritos, receitas para se livrar de verrugas, poções mágicas para “conquistar o amor de um homem / mulher”, e assim por diante. Até mesmo (e especialmente!) a “literatura prática” mágica tradicional de tempos mais recentes segue este princípio. Infelizmente, o que frequentemente é mal compreendido aqui é o fato de que tais receitas não são eficazes “automaticamente”, por si sós! Este é um erro que muitas pessoas, especialmente os iniciantes, continuam cometendo de novo e de novo. Estão constantemente procurando pelo “ritual real, verdadeiro, 100% eficaz” ou a “fórmula mágica final”. Ainda hoje há charlatões mais do que o suficiente por aí que estariam ansiosos para estender a mão e lhe vender uma receita sem explicar as condições necessárias para fazê-la funcionar.
Veja, eu não estou dizendo que todas as receitas são completamente inúteis. Mas se não formos capazes de entender a fórmula básica da magia antes de nós as usarmos, elas não valerão nem sequer o papel em que estão escritas. E mesmo se elas às vezes funcionem, pode ser facilmente visto que a imaginação, a vontade e a gnose desempenharam um papel importante também.
No entanto, uma vez que você esteja familiarizado com as leis e fórmulas básicas da magia, você pode criar as suas próprias “receitas”, com base nelas, da mesma forma que todo magista basicamente escreve o seu próprio grimório ou “livro de magia “.
Uma grande parte do nosso trabalho aqui tratará de fazer exatamente isso. Mas como com qualquer outra disciplina, os conceitos básicos precisam ser dominados primeiro, caso contrário, “1 + 1” nunca será aprendido! Esses princípios básicos são as fórmulas estruturais “matemágicas” que nós o faremos enfrentar continuamente em diversas versões.
M = v + i + g
Legenda

M = ato mágico
v = vontade
i = imaginação
g = gnose (trance mágico)
Diagrama 4: A primeira fórmula básica da magia
Conforme visto nas afirmações acima, podemos perceber que o foco da educação mágica deve estar no treino da VONTADE, da IMAGINAÇÃO e do TRANCE, a fim de permitir um trabalho eficiente dentro deste paradigma ou modelo de explicação. Há uma série de livros de magia que se dedicam a isso. Por exemplo, os livros de Franz Bardon (especialmente o Iniciação ao Hermetismo) contém uma série de exercícios básicos que focam na autodisciplina e no treinamento mental, como a visualização e a imaginação. Os exercícios de Bardon são excelentemente estruturados e você pode ter um grande progresso na magia ao usá-los. Evidentemente, o progresso é lento como uma lesma se o cronograma estabelecido for rigorosamente respeitado. Por exemplo, você deve ser capaz de visualizar um objeto por dez minutos sem a menor perda de concentração, e também ser capaz de alcançar um estado de mente vazia por este mesmo período de tempo. Sem dúvidas isso pode ser muito útil para a magia. No entanto, a prática tem revelado que tais exigências máximas tendem a assustar desnecessariamente as pessoas, especialmente os iniciantes, e que podem até distrair da magia que é verdadeiramente mais importante. O medo de não fazer o exercício “adequadamente” ou não ser capaz de dominá-lo muitas vezes é um obstáculo que pode ser evitado. Em outras palavras, isso pode ser feito muito mais fácil e rapidamente, o que prova a magia de sigilos, e é disso que trataremos na próxima seção.
Mas isso não significa que o magista em treinamento pode evitar o trabalho duro e diligente – pelo contrário, até mesmo um “mestre” com décadas de experiência de sucesso precisa repetir determinados fundamentos de vez em quando para evitar “ficar enferrujado”. Especialmente porque uma das coisas que torna essa disciplina tão interessante é que você nunca pode parar de aprender; há sempre algo novo, algo não descoberto e desconhecido, e, acima de tudo, algo que não foi dominado. Os desafios são inúmeros e uma pessoa que sempre mantém seus olhos abertos nunca ficará entediada com a magia. É por isso que estamos apresentando esta máxima básica logo no início deste livro:
A prática diligente em uma base regular é a chave para a aquisição de habilidades mágicas!
Você deveria saber que cabe inteiramente a você o quão rápido ou lento a magia “funciona” pra você. Embora não há como negar que algumas pessoas têm um certo “talento” para a magia em diversos graus, a importância desse talento normalmente é drasticamente superestimada. Nunca cometa o erro comum do novato de invejar os “naturais” que parecem ser capazes de realizar muitas coisas na magia imediatamente (sem trabalho meticuloso e treino prévio). Na verdade, você realmente deveria se sentir muito triste por eles. Já que foi “dado” tanto e muitas coisas caem diretamente em seus colos, eles geralmente não têm a autodisciplina e o rigorismo das pessoas com menos talento que têm que conquistar cada coisinha com suor e lágrimas. Em termos mágicos, essa autodisciplina e rigorismo representam um aspecto fundamental importante já que eles são a melhor proteção contra duas das doenças mais comuns e mais perigosas dos magistas: superestimar a si mesmo, e o complexo de perseguição. Um bom magista é humilde da mesma forma que um bom guerreiro é humilde. Ele conhece os seus próprios limites bem demais para ser enganado por auto ilusões. Um guerreiro nunca comete o erro de subestimar um problema, o inimigo, ou um desafio. Ele pensa e age economicamente com um mínimo de esforço e a máxima eficiência. O guerreiro é de caráter são porque ele aprendeu a dominar a força de vontade durante todo o treinamento e sabe distinguir entre os julgamentos baseados na emoção e naqueles baseados em fatos. Idealmente, o magista é um técnico sem ser um tecnocrata, alguém que domina a própria disciplina com grande precisão, e que conhece a sua legitimidade tão bem como as suas fraquezas, e ele respeita e admira seu ofício e todos aqueles que o aprenderam e ainda estão aprendendo. Todas estas qualidades raramente são apenas entregues a uma pessoa; elas devem ser adquiridas através do trabalho duro. Talentos naturais tendem a subestimar estes requisitos e geralmente os aprendem da maneira mais difícil batendo contra o muro ou através do doloroso processo dos erros e do fracasso.
Mas de qualquer maneira a vida é muito curta para que qualquer pessoa cubra completamente todo o campo da magia e do ocultismo. O tempo está se esgotando, independentemente de você ter dezoito ou oitenta! Isso causa uma demanda por economia didática e pedagógica. Nós levamos isto em conta, apenas recomendando exercícios e procedimentos que são tão versáteis e abrangentes quanto possível do ponto de vista educacional. Em termos mais coloquiais, os nossos exercícios visam matar quantos pássaros forem possíveis com uma única pedra. Ao mesmo tempo, eles são projetados para treinar a vontade, desenvolver a imaginação, e prover acesso ao trance controlado. Por esta razão, nós evitaremos dividir estritamente o nosso manual de treinamento nas três seções (força de vontade, imaginação e trance), como pode parecer apropriado para o nosso modelo. Na próxima seção, discutiremos este tema em profundidade. Mas, por enquanto, deveríamos nos contentar em nos familiarizarmos com os elementos básicos da magia listados aqui e pensarmos sobre eles por algum tempo.
Em vez de segurá-lo (como alguns autores de magia gostam de fazer) por meses, semanas e anos com exercícios que parecem não ter relação direta com a prática da magia (o que muitas vezes é apenas um erro de julgamento do iniciante!), nós gostaríamos de apresentá-lo à prática mágica de imediato, sem grandes preparativos. Isto significa, no entanto, que os exercícios no final desta seção podem parecer exigir coisas de você que a princípio parecem absolutamente impossíveis. Mas não se preocupe, todos estão no mesmo barco! Apenas dê o melhor de si e sempre se lembre de que muitas coisas só pode ser alcançadas através da prática em si.

Saber, Querer, Ousar, Calar-se

Antes de prosseguirmos para a parte prática da primeira seção, gostaríamos de dar-lhe outra máxima para pensar, que flutua repetidamente na literatura esotérica e é (com razão) grandemente estimada. “Saber, querer, ousar, calar-se” é o desafio que é apresentado aos ocultistas. Nós só queremos mencioná-lo brevemente aqui, mas deve servir para meditação posterior.

Saber

Sem o conhecimento do que nós, como magistas, estamos fazendo, nós não estamos apenas sem rumo, mas também corremos o risco de não reconhecermos as leis básicas do nosso trabalho mágico, fazendo-nos ocasionalmente cometer alguns erros desastrosos. No entanto, houve momentos em que este “conhecimento” foi mal interpretado ou fortemente superestimado. Isso não significa apenas conhecimento intelectual puro, que naturalmente também é parte disso, e além do mais nós estaremos fornecendo-lhe informações detalhadas ao longo deste curso. Mas, principalmente, significa que a intuição ou o pressentimento, bem lá do fundo de si, só pode ser alcançado através da experiência pessoal. O máximo que qualquer professor pode fazer é mostrar ao estudante como obter esse tipo de conhecimento intuitivo, mas o aluno precisa passar pelo próprio processo de aprendizado por si mesmo.

Querer

A longo prazo, um magista que não sabe o que ele quer está irremediavelmente destinado ao fracasso. Apenas uma vontade firme (e um desejo inflexível, o que não é o mesmo!) pode conduzir um magista com segurança ao seu objetivo. Na verdade, muitos magistas modernos consideram o objetivo final da alta magia como sendo o reconhecimento de sua própria verdadeira vontade, ou Thelema. Se a vontade começa a oscilar, toda a operação mágica também se desvia automaticamente para fora da pista. É por isso que o treinamento mental, ou o treinamento da vontade, sempre inclui o treinamento cognitivo e disciplinar, porque toda pessoa naturalmente está inclinada a agir de acordo com o princípio do prazer, sempre que ela tiver a oportunidade. Embora não haja principalmente nada de errado com isso, muitas vezes isso leva à negligência e à conveniência. Este tipo de pessoa é muito bem sucedida em evitar a busca consciente de sua própria vontade.

Ousar

Este provavelmente é o princípio básico que mais frequentemente foi violado ao longo da história da magia. Inúmeras páginas escritas por autores de magia estão preenchidas com medo absoluto da prática, como se eles estivessem com medo de que a magia pudesse realmente funcionar! E ela realmente funciona, apesar de que um magista só pode ser verdadeiramente eficaz se ele tiver a coragem de encarar o que sente que é necessário e útil, tanto na ação quanto no pensamento. Por favor note que nós ainda não dissemos nenhuma palavra sobre os perigos da magia. Não é como se não houvesse nenhum. Mas a magia de fato não é mais perigosa do que dirigir um carro. O treino completo e a prática diligente são os melhores pré-requisitos para o trabalho mágico de sucesso e livre de riscos. Se um aprendiz de motorista for continuamente enchido de imagens assustadoras sobre quão perigoso é dirigir, a única coisa que acontece é que ele se torna um motorista intimidado, e portanto mais pobre, que sempre parece atrair acidentes e maus hábitos de condução. O mesmo vale para os magistas. Cuidado com as advertências de não-praticantes “bem-intencionados” que já podem imaginar você apodrecendo no inferno ou em um asilo de loucos apenas por ler sobre magia teórica! Em vez disso, você deve ouvir os “viajantes do oriente” e psiconautas mais experientes que sabem exatamente quais perigos são de fato reais e quais são apenas imaginados (e estes são a maioria deles!). Pense sobre a frase dita por Martinho Lutero: “Um cu desesperado nunca produzirá um peido feliz”. Na verdade, o próprio medo da magia é um dos maiores perigos que uma pessoa encontrará em seu caminho mágico! Exatamente por essas razões, a importância de confrontar seus próprios medos não deve ser subestimada.

Silenciar-se

Muita bobagem foi escrita no passado sobre o juramento de sigilo. Muitas vezes esse mandamento foi confundido com a tendência de esconder a própria incerteza por trás de insinuações secretas (“Eu tenho que me calar quanto a isso “, “Verdadeiros iniciados saberão o que eu quero dizer”, etc.) Às vezes o conhecimento oculto era invejosamente guardado e intencionalmente escondido das “massas profanas”. Mas esse no máximo é o comportamento de um sacerdócio fossilizado que está preocupado com a manutenção do seu predomínio fundado apenas na ignorância do povo que governa. Na pior das hipóteses, a principal intenção aqui é seduzir os ignorantes de modo que sejam mais fáceis de se explorar. Na realidade, os mistérios se protegem a si mesmos excepcionalmente bem e é impossível “descobri-los”, porque o seu verdadeiro “segredo” está contido na experiência que o iniciado obtém deles. Estes reinos de experiência nunca poderão ser tirados do magista e nunca poderão ser manchados por um estranho ou uma pessoa ignorante. No entanto, é aconselhável não ser muito aberto sobre seus próprios interesses ocultos já que os preconceitos que um magista encontra, mesmo nestes tempos modernos de “iluminação” e “tolerância”, ainda são grandes, tanto quanto o desperdício de energia em se defender contra tais oposições. Essa defesa prende muito do seu poder e deve ser evitada sempre que possível. Além disso, se me permitem usar um outro idioma, calar-se também significa “colocar uma tampa na panela”, significando que, tapando um caldeirão borbulhante, cria-se a quantidade de pressão necessária para cozinhar. Essa pressão é o poder mágico que chamamos de magis.
E agora vamos seguir com a prática.

[1] Uma exceção à regra de trance não-completo é feita pelas chamadas “religiões de possessão” que podemos observar predominando em algumas culturas: Vodu, Macumba, etc.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Os princípios, ensinamentos e práticas de Thelema

Os princípios, ensinamentos e práticas de Thelema










Aqueles que seguem Thelema como um caminho religioso são chamados Thelemites. Os ensinamentos de Thelema são baseadas em "livros sagrados de Thelema", a mais importante das quais é Liber AL vel Legis, sub figura CCXX, que é mais comumente conhecido como O Livro da Lei. Os livros sagrados de Thelema incluem treze textos "inspirado" por Aleister Crowley. Outros livros importantes, mas não santos incluem Liber XXX Aerum vel saeculi, sub figura CDXVIII ou A Visão ea Voz e O Trabalho de Paris. O não-oficial canon inclui pré-Thelema livros de Crowley no I-Ching e Tarot.

Os livros no cânone Thelêmico são divididos em quatro classes diferentes. "Livros sagrados" pertencem às classes "A" e que tenham sido definidos como sendo livros imutáveis, onde até mesmo o estilo de letra não devem ser tocadas. Livros sagrados não deve sequer ser criticado, única comentou. Classe "B" é composto por livros iluminados e escritos, resultando em bolsa sério. Classe livros "C" são materiais mais sugestivo e classe "D" é composto por instruções oficiais e rituais. Alguns livros pertencem total ou parcialmente em mais de uma classe.

Os princípios básicos de Thelema são geralmente apresentadas "em poucas palavras" nas seguintes frases:

- "Todo homem e toda mulher é uma estrela"

Isto refere-se que todo ser humano é um indivíduo e que cada indivíduo tem seu próprio caminho a seguir no universo. Cada indivíduo segue o seu / seu próprio caminho livremente, sem colidir com os trajetos de outro ser humano.

- "Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei" e "tu não tens direito senão fazer a tua vontade".

Segundo a maioria dos Thelemitas, todo ser humano tem seu / sua própria Verdadeira Vontade, que é a finalidade de seu ser. A Lei de Thelema define que todos devem primeiro encontrar e, em seguida, seguir a sua própria Verdadeira Vontade, a fim de encontrar o cumprimento da sua própria vida sem restrições. Porque dois Wills Verdadeiros diferentes não podem ser contrários uns aos outros ("Todo homem e toda mulher é uma estrela"), a lei proíbe os indivíduos a se intrometer nos Verdadeira Vontade de qualquer outro indivíduo.

- "Amor é a lei, amor sob vontade."

Isto está intimamente ligado à frase anterior, ressaltando que a base mais íntima da Lei de Thelema é o amor. Cada indivíduo se une com seu / sua True Self no amor e crescendo mais forte a partir desta união, todos os indivíduos conscientes do mundo irão se unir no amor com todos os outros seres.

Perguntas sobre a Magia

Perguntas sobre a Magia

A Magia Existe?


Sim e todos nós podemos fazer magia, a energia dos Deuses esta
em tudo e em todos, isso faz com que todos nós sejamos sagrados e se somos seres sagrados filhos dos Deuses nós também podemos fazer magia, nós também podemos fazer milagres. 
Tudo que a divindade cria são seus filhos, e tudo que as criações de Deus cria também é obra de Deus, somos os canais da divindade, seus braços e pernas, suas bocas e  músculos, tudo que criamos é obra de Deus.


O que é Magia?
                                 

Magia é energia direcionada com um objetivo especifico,tudo é energia, a pratica da magia consiste em direcionar os vários tipos de energia ao nosso redor para que elas realizem nossos objetivos.


E Como fazer Magia?

Direcionando a energia, através de rituais, encantamentos, feitiços e vários outros podemos direcionar os vários tipos de energia a nossa volta, energia que uma vez direcionada para o objetivo fará com que esse objetivo se realize, quando um objetivo se realiza se da o nome de “ato mágico”.


Com que tipo de Magia os Bruxos trabalham?



Bruxos praticam a chamada Magia Natural, primeiro porque nós nos conectamos com as forças da natureza e delas tiramos nossos poderes e energias, segundo porque usamos objetos naturais ou que tem procedência natural, terceiro observamos as leis naturais e universais por todos esses motivos e alguns outros nós fazemos a magia natural a magia da natureza e tudo que é ante natural, anormal não é possível para nós, pois trabalhamos com as forças da natureza e se algo foge do natural essa coisa não esta no nosso alcance.    

OS ELEMENTOS DA CABALA EM DEZ LIÇÕES

OS ELEMENTOS DA CABALA EM DEZ LIÇÕES


Cartas de Eliphas Levi


Primeira Lição
Prolegômenos Gerais
Senhor e Irmão:
Posso conferir-vos este título posto que buscais a verdade na sinceridade de vosso coração e que para a encontrar não tem medido sacrifícios.

A verdade, sendo a essência do que é, não é difícil de encontrar: ela está em nós e nós estamos nela. Ela é como a luz e os cegos não a vêem.
O Ser é. Isto é incontestável e absoluto. A idéia exata do Ser é a verdade, seu conhecimento é a ciência; sua expressão ideal é a razão; sua atividade é a criação e a justiça.
O senhor disse que quer ter fé. Para isto basta saber e amar a verdade. Pois a verdadeira fé é a adesão inabalável do espírito às deduções necessárias da ciência no infinito conjetural.
As ciências ocultas são as únicas que dão a certeza, porque elas tomam por base as realidades e não os sonhos. Distinguem em cada símbolo religioso a verdade da mentira. A verdade é a mesma em toda parte e a mentira (a "roupagem" da verdade) varia segundo os lugares, as épocas e as pessoas.
Estas ciências são em número de três: a Cabala, a Magia e o Hermetismo.
A Cabala, ou ciência tradicional dos Hebreus poderia ser chamada de matemática do pensamento humano. É a álgebra da fé. Resolve, com suas equações todos os problemas da alma como se fossem equações, isolando as incógnitas. Dá às idéias a nitidez e a rigorosa exatidão dos números; seus resultados são, para a mente, a infalibilidade (sempre relativa na esfera dos conhecimentos humanos) e a paz profunda para o coração.
A Magia, ou ciência dos magos teve como representantes na antiguidade os discípulos e talvez os mestres de Zoroastro. É o conhecimento das leis secretas e particulares da Natureza que produzem as forças ocultas, os ímãs, quer naturais ou artificiais, que podem existir mesmo fora do mundo dos metais. Em uma palavra, para empregar uma expressão moderna, é a ciência do magnetismo universal.
O Hermetismo é a ciência da natureza oculta nos hieróglifos e símbolos do mundo antigo. É a procura do princípio da vida pelo sonho (para aqueles que ainda não chegaram) da realização da grande obra, a reprodução pelo homem do fogo natural e divino que cria e regenera os seres.
Eis aí, senhor, as coisas que desejais estudar: seu círculo é imenso, porém seus princípios são muito simples e estão contidos nos números e nas letras do alfabeto. "É um trabalho de Hércules, que parece uma brincadeira de crianças", dizem os mestres da ciência sagrada.

As disposições necessárias ao êxito neste estudo compreendem uma grande retidão de julgamento e uma grande independência da mente. É preciso se desfazer de todos os preconceitos e idéias preconcebidas. É por isso que Cristo dizia: "Se não tiverdes a simplicidade de uma criança, não entrareis em Malkuth, isto é, no reino da ciência".
Começaremos pela Cabala, cuja divisão é: Bereschit, Mercavah, Gematria e Temurah.
Vosso na sagrada ciência.

Segunda Lição
A Cabala Objeto e Método
Senhor e Irmão:
A proposição que deveis fazer-vos ao estudar a Cabala é chegar à paz profunda, através da tranqüilidade do espírito e paz do coração.
A tranqüilidade do espírito é uma conseqüência da certeza; a paz do coração vem da paciência e da fé.
Sem a fé, a ciência conduz à dúvida; sem a ciência, a fé conduz à superstição. As duas unidas produzem a certeza e, para uni-las é necessário jamais confundi-las. O objeto da fé é a hipótese e chega a converter-se em certeza quando a hipótese exige a evidência ou as demonstrações da ciência.
A ciência é comprovada com fatos. As leis são inferidas da repetição dos fatos. A generalidade dos fatos em presença de tal ou qual força demonstra a existência das leis. As leis inteligentes são necessariamente desejadas e dirigidas pela inteligência. A unidade das leis faz supor a unidade da inteligência legisladora. A esta inteligência, que estamos obrigados a supor segundo as obras manifestas, mas que não é possível definir, é que chamamos Deus!
A minha carta chegou a vossas mãos; eis aqui um fato evidente; a minha escrita foi reconhecida, bem como meu pensamento, e deduzistes disso que fui eu quem vos escreveu. É uma hipótese razoável, porém a hipótese necessária é a de que alguém escreveu a carta. Poderia ser apócrifa, porém não tendes razão para supô-lo. Se pretendêsseis que a carta tivesse caído do céu, estaríeis beirando o absurdo, estabelecendo uma hipótese absurda.
Eis, portanto, segundo o método cabalístico, como se forma a certeza:
Evidência
Certeza
Demonstração científica
Hipótese necessária
Hipótese razoável
Probabilidade
Hipótese duvidosa
Dúvida
Hipótese absurda
Erro

Seguindo este método, o espírito adquire uma verdadeira infalibilidade, posto que afirma o que sabe, crê naquilo que necessariamente deve supor, admite as suposições razoáveis, examina as suposições duvidosas e afasta as suposições absurdas.
Toda a Cabala está contida no que os mestres chamaram as trinta e duas vias e as cinqüenta portas. As trinta e duas vias são trinta e duas idéias absolutas e reais ligadas aos signos dos dez números da aritmética e às vinte e duas letras do alfabeto hebraico.
Eis aqui estas idéias:
Números (Sephiroth):
1. - Potência suprema (Kether)
2. - Sabedoria absoluta (Hochmah)
3. - Inteligência infinita (Binah)
4. - Bondade (Chesed)
5. - Justiça ou rigor (Gueburah)
6. - Beleza (Tiphereth)
      7. - Vitória (Netzah)
8. - Eternidade (Hod)
9. - Fecundidade (Yesod)
10 - Realidade. (Malkuth)
  
Letras:
Letras do Alfabeto Hebraico
Cartas do Tarô
}
1- Aleph - Pai
1- O Mago
P
2- Beth - Mãe
2- A Papisa
O
3- Ghimel - Natureza
3- A Imperatriz
I
4- Daleth - Autoridade
4- O Imperador
U
5- He - Religião
5- O Sacerdote
Y
6- Vau - Liberdade
6- O Enamorado
T
7- Zain - Propriedade
7- A Carruagem
R
8- Cheth - Repartição
8- A Justiça
E
9- Theth - Prudência
9- O Eremita
W
10- Iod - Ordem
10- Roda da Fortuna
"
11- Caph - Força
11- A Força
L
12- Lamed - Sacrifício
12- A Enforcado
K
13- Mem - Morte
13- A Morte
H
14- Num - Reversibilidade
14- A Temperança
F
15- Samech - Ser universal
15- O Diabo
D
16- Hain - Equilíbrio
16- A Torre
A
17- Phé - Imortalidade
17- A Estrela
< 
18- Tsade - Sombra e Reflexo
18- A Lua
N
19- Coph - Luz
19- O Sol
B
20- Resh - Reconhecimento
20- O Julgamento
C
21- Shin - Fogo
21- O Louco
Z
22- Tau - Síntese
22- O Mundo

Vosso na sagrada ciência.

Terceira Lição
Uso do Método
Senhor e Irmão:
Na lição anterior falei tão-somente das trinta e duas vias; falarei depois das cinqüenta portas.
As idéias expressas pelos números e pelas letras são realidades incontestáveis. Tais idéias encadeiam-se e se combinam como os números. Procede-se logicamente de um ao outro. O homem é o filho da mulher, porém a mulher procede do homem como o número da unidade. A mulher explica a natureza; a natureza revela a autoridade, cria a religião que serve de base à liberdade e que faz o homem dono de si mesmo e do universo, etc. (Procurai um Tarô; creio, porém que tendes um.) Disponde em duas séries de dez cartas alegóricas, numeradas de um a vinte e um. Vereis então todas as figuras que explicam as letras. Quanto aos números, do um ao dez, encontrareis neles a explicação repetida quatro vezes, com os símbolos de paus ou cetro do pai; copas ou delícias da mãe, espadas ou combate do amor e ouros ou fecundidade. O Tarô se encontra no livro hieroglífico das trinta e duas vias e a explicação sumária dele encontra-se no livro atribuído ao patriarca Abraão, que se chama Sepher-Yetzirah.
O sábio Court de Gebelin foi o primeiro que adivinhou a importância do Tarô, a grande chave dos hieróglifos hieráticos. Encontraram-se os símbolos e os números nas profecias de Ezequiel e de São João. A Bíblia é um livro inspirado, porém o Tarô é o livro inspirador, Também foi chamado de roda, rota, de onde se deduziram as formas tarô e torá. Os antigos rosacruzes conheciam-no e o marquês de Suchet fala dele em seu livro acerca dos iluminados.
Deste livro é que surgiram nossos jogos de cartas. As cartas espanholas ainda possuem os principais signos do Tarô primitivo e são utilizados para jogar o jogo do hombre, ou do homem, reminiscência vaga do uso primitivo de um livro misterioso que contém as sentenças reguladoras de todas as divindades humanas.
Os Tarôs antigos eram medalhas, de onde se originaram mais tarde os talismãs. As clavículas ou pequenas chaves de Salomão eram compostas de trinta e seis talismãs contendo setenta e duas estampas análogas às figuras hieroglíficas do Tarô. Essas figuras, alteradas pelos copistas, encontram-se ainda nas antigas clavículas manuscritas que se encontram nas bibliotecas. Existe um desses manuscritos na Biblioteca Nacional de Paris e um outro na Biblioteca do Arsenal. Os únicos manuscritos autênticos delas são os que mostram a série dos trinta e seis talismãs com os setenta e dois nomes misteriosos; os demais, por mais antigos que sejam, pertencem aos delírios da magia negra e contém apenas mistificações.
Vede, para a explicação do Tarô, o meu Dogma e Ritual da Alta Magia.
Vosso na sagrada ciência.

Quarta Lição
A Cabala
Senhor e Irmão:
Bereschith quer dizer "gênese"; Merkavah significa "carro" em alusão às rodas e aos animais misteriosos de Ezequiel.
Bereschith e Merkavah resumem a ciência de Deus e do Mundo.
Digo "ciência de Deus" e, portanto, Deus não é infinitamente desconhecido. Sua natureza escapa completamente a nossas investigações. Princípio absoluto do ser e dos seres, não pode ser confundido com os efeitos que produz e pode-se dizer, afirmando completamente sua existência, que não é nem o não-ser, nem o ser. Fato que confunde a razão sem extraviá-la e nos afasta definitivamente da idolatria.
Deus é o único postulatum absoluto de toda ciência, a hipótese absolutamente necessária que serve de base a toda certeza. Eis aqui como nossos antigos mestres estabeleceram cientificamente esta hipótese correta da fé: o Ser é. No Ser está a vida. A vida manifesta-se pelo movimento. O movimento perpetua-se pelo equilíbrio das forças. A harmonia resulta da analogia dos contrários.
Existe, na natureza, lei imutável e progresso indefinido, mudança perpétua nas formas, indestrutibilidade da substância; e isto é o que se encontra estudando o mundo físico.
A metafísica apresenta leis e fatos análogos, na ordem intelectual ou na moral, o verdadeiro, imutável, de um lado; do outro, a fantasia e a ficção. De um lado, o bem que é o verdadeiro; de outro, o mal que é o falso, e destes conflitos aparentes surgem o julgamento e a virtude. A virtude compõe-se de bondade e justiça. Quando boa, a virtude é indulgente; quando justa, é rigorosa. Ela é boa porque é justa e justa porque é boa; ela se mostra bela.
Esta grande harmonia do mundo físico e do mundo moral, não podendo ter uma causa superior a si própria, revela-nos a existência de uma sabedoria imutável, princípios e leis eternas e de uma inteligência infinitamente criativa. Sobre esta sabedoria e sobre esta inteligência, inseparáveis uma da outra, repousa esta potência suprema que os hebreus chamam a coroa. A coroa e não o rei, porque a idéia de um rei implicaria a de um ídolo. A potência suprema é, para os cabalistas, a coroa do universo, e a criação inteira é o reino da coroa ou, se o senhor preferir, o domínio da coroa.
Ninguém pode dar aquilo que não tem, e nós podemos admitir virtualmente na causa o que se manifesta nos efeitos.
Deus é, portanto, a potência ou coroa suprema (Kether), que repousa sobre a sabedoria imutável (Chochmah) e a inteligência criadora (Binah); nele estão a bondade (Chesed) e a justiça (Gueburah), que são o ideal da beleza (Tiphereth). Nele estão o movimento sempre vitorioso (Netzah) e o grande repouso eterno (Hod). Sua vontade é uma criação contínua (Yesod) e seu reino (Malkuth) é a imensidade que povoa a universo.
Detenhamo-nos aqui: conhecemos Deus!
Vosso na sagrada ciência.

Quinta Lição
A Cabala II
Senhor e Irmão:
Este conhecimento racional da divindade, escalonado nas dez cifras que compõem os números, vos oferece o método completo da filosofia cabalística. O método compõe-se de trinta e dois meios ou instrumentos de conhecimento que se denominam as trinta e duas vias, e de cinqüenta objetos, aos quais pode-se aplicar a ciência, e que se chamam as cinqüenta portas.
A ciência sintética universal considera-se como um templo com trinta e duas vias de acesso e cinqüenta portas.
Este sistema numérico, que também poderia ser chamado decimal, porque sua base é dez, estabelece, pelas analogias, uma classificação exata de todos os conhecimentos humanos. Nada é mais engenhoso, e também nada é mais lógico nem mais exato.
Esse número dez aplicado às noções absolutas do ser na ordem divina, metafísica e natural, repete-se três vezes, o que dá trinta para os meios de análise; acrescentai a silepse e a síntese, a unidade que começa por se propor à mente e aquela do resumo universal, e o senhor terá as trinta e duas vias.
As cinqüenta portas constituem uma classificação dos seres em cinco séries de dez, que abarca todos os conhecimentos possíveis e reina sobre todos os ramos do saber humano.
Mas não é suficiente ter encontrado um método matemático exato. Para ser perfeito é necessário que esse método seja progressivamente revelador, isto é, que ele nos dê o meio de tirar exatamente todas as deduções possíveis para obter os conhecimentos novos e de desenvolver o espírito, sem deixar nada ao capricho da imaginação.
Isto é o que se obtém pela Gematria e pela Temurah que são as matemáticas das idéias. A Cabala tem sua geometria ideal, sua álgebra filosófica e sua trigonometria analógica. É dessa forma que obriga a natureza, de certo modo, a revelar seus segredos.
Adquiridos estes altos conhecimentos, passa-se às últimas revelações da Cabala transcendental e estuda-se no Shemhamphorash, a origem e a razão de todos os dogmas.
Eis aí, senhor e amigo, o que devemos aprender. Veja se isso não vos assusta; minhas cartas são curtas, mas são resumos bastante concisos e que dizem muito em poucas palavras. Deixei um espaço bastante longo entre as minhas cinco primeiras lições para vos dar tempo de refletir; posso escrever-lhe com maior freqüência, se desejar.
Acredite, senhor, em meu ardente desejo de lhe ser útil.
Vosso, de todo coração, na sagrada ciência.
ELIPHAS LEVI

Sexta Lição
A Cabala III
Senhor e Irmão:
A Bíblia deu ao homem dois nomes. O primeiro é Adão, que significa saído da terra ou homem de terra; o segundo é Enos ou Enoque, que significa homem divino ou elevado até Deus. Segundo a Gênese, é este Enos quem primeiro fez homenagens públicas ao princípio dos seres, e este Enos, o mesmo que Enoque, foi, segundo dizem, elevado vivo ao céu após ter gravado sobre duas pedras, que se chamam as colunas de Enoque, os elementos primitivos da religião e da ciência universal.
Este Enoque não é um personagem, mas uma personificação da humanidade, elevada ao sentimento da imortalidade, pela religião e pela ciência. Na época designado pelo nome de Enos ou de Enoque, o culto de Deus apareceu sobre a terra e o sacerdócio começou. Na mesma época começa a civilização com a escritura e os monumentos hieráticos.
O gênio civilizador que os hebreus personificam em Enoque os egípcios chamaram Trismegisto e os gregos Kadmos ou Cadmus, aquele que, sob os acordes da lira de Anfion, viu as pedras vivas de Tebas erguerem-se e alinharem-se por si mesmas.
O livro sagrado primitivo, o livro que Postel chamou a Gênese de Enoque, é a fonte primeira da Cabala ou tradição ao mesmo tempo divina, humana e religiosa. Aí nos aparece, em toda sua simplicidade, a revelação da inteligência suprema à razão e ao amor do homem, a lei eterna regulando a expansão infinita, os números na imensidade e a imensidade nos números, a poesia na matemática e a matemática na poesia.
Quem acreditaria que o livro inspirador de todas as teorias e de todos os símbolos religiosos seria conservado até nossos dias sob a forma de um jogo composto por cartas bizarras? Nada é mais evidente entretanto; e Court de Gebelin, seguido depois por todos aqueles que estudaram seriamente o simbolismo dessas cartas, foi no século passado o primeiro a descobri-lo.
O alfabeto e os dez signos dos números, eis certamente, o que há de mais elementar nas ciências. Reuni a isso os sinais dos quatro pontos cardeais do céu ou das quatro estações, e terá o livro de Enoque inteiro. Porém, cada signo representa uma idéia absoluta ou, se o senhor preferir, essencial.
A forma de cada algarismo e de cada letra tem sua razão matemática e sua significação hieroglífica.
As idéias, inseparáveis dos números, seguem, adicionando-se, dividindo-se ou multiplicando-se, etc., o movimento dos números e adquirem sua exatidão. O livro de Enoque é, enfim, a aritmética do pensamento.
Vosso na santa ciência.
ELIPHAS LEVI

Sétima Lição
A Cabala IV
Senhor e Irmão:
Court de Gebelin vislumbrou, nas vinte e duas chaves do Tarô, a representação dos mistérios egípcios e atribuiu sua invenção a Hermes ou Mercúrio Trismegistos, que era também conhecido por Thaut ou Toth. É certo que os hieróglifos do Tarô se encontram nos antigos monumentos do Egito; é certo que os signos deste livro, traçados em conjuntos sinóticos sobre monolitos ou sobre tábuas metálicas semelhantes à tábua isíaca de Bembo (N. dos T. - Estas inscrições eram feitas em lâminas de cobre e representavam os mistérios de Ísis e da maior parte das divindades egípcias), eram reproduzidos separadamente sobre pedras gravadas ou em medalhas, que originaram mais tarde os amuletos e os talismãs. Separavam-se, assim, as páginas do livro, infinito em suas diversas combinações para se reunir, transpor e dispor de uma maneira sempre nova, para se obterem os oráculos inesgotáveis da verdade.
Possuo um destes antigos talismãs, trazido do Egito por um viajante amigo. Representa o binário dos Ciclos ou, vulgarmente, o "dois de ouros". É a expressão figurada da grande lei da polarização e do equilíbrio, produzindo a harmonia pela analogia dos contrários; eis como esse símbolo é figurado no Tarô que possuímos, e que ainda encontramos à venda:
S
A medalha que tenho está um pouco desgastada pelo tempo; é do tamanho de uma moeda de cinco francos, mas um pouco mais grossa. Os dois ciclos polares estão representados exatamente como no nosso Tarô italiano, com uma flor de lótus e uma auréola ou nimbo.
A corrente astral, que separa e atrai ao mesmo tempo os dois focos polares, está representada, em nosso talismã egípcio, pelo bode de Mendes, colocado entre duas víboras análogas às serpentes do caduceu. No reverso da medalha, vê-se um adepto ou um sacerdote egípcio que, substituindo o bode de Mendes entre os dois ciclos do equilíbrio universal, conduz por uma estrada margeada de árvores o bode tornado manso como um simples animal, sob a bengala do homem que imita Deus.
Os dez signos dos números, as vinte e duas letras do alfabeto hebraico e os quatro signos astronômicos das estações constituem o sumário e o resumo de toda a Cabala.
Vinte e duas letras e dez números dão as trinta e duas vias do Sepher Yetzirah, quatro origina a Mercavah e o Shemamphorash.
É simples como um brinquedo de crianças e complicado como os mais árduos problemas de matemática pura.
É ingênuo e profundo como a verdade e como a natureza.
Esses quatro signos elementares e astronômicos são as quatro formas da esfinge e os quatro animais de Ezequiel e de São João.
Vosso na sagrada ciência.
ELIPHAS LEVI

Oitava Lição
A Cabala V
Senhor e Irmão:
A ciência da Cabala torna impossível a dúvida em matéria de religião, por ser ela a única que concilia a razão com a fé, mostrando que o dogma universal formulado de maneiras diversas, porém no fundo sempre o mesmo, é a expressão mais pura das aspirações do espírito humano esclarecido por uma fé necessária. Ela faz compreender a utilidade das práticas religiosas que, fixando a atenção, e fortificam a vontade, lançando igualmente uma luz superior sobre todos os cultos. Prova que o mais eficaz de todos os cultos é aquele que por sinais adequados aproxima, por assim dizer, a divindade do homem, fazendo com que ele a veja, toque e, de certa forma, incorpore. Basta dizer que se trata da religião católica.
Esta religião, tal como se apresenta ao vulgo, é a mais absurda de todas, porque é a maisrevelada. Emprego esta palavra no seu verdadeiro sentido: revelare; re-velar, velar de novo. O senhor sabe que no Evangelho é dito que por ocasião da morte de Cristo o véu do Templo se rasgou por completo e todo trabalho dogmático da Igreja através dos tempos tem sido o de tecer e bordar um novo véu.
É verdade que os próprios guardiões do santuário, por haverem desejado ser príncipes, perderam há muito tempo as chaves da alta iniciação. Isto não impede que a letra do dogma seja sagrada e os sacramentos eficazes. Disse em meus livros que o culto cristão católico é a alta magia regulada e organizada pelo simbolismo e a hierarquia. É uma combinação de auxílios oferecidos à debilidade humana para afirmar sua vontade no bem.
Nada foi esquecido, nem o templo misterioso e sombrio nem o incenso que tranqüiliza e exalta ao mesmo tempo, nem os cantos prolongados e monótonos que colocam o cérebro em um semi-sonambulismo. O dogma, cujas formas obscuras parecem o desespero da razão, serve de barreira às petulâncias de um crítico inexperiente e indiscreto. Parecem insondáveis, a fim de melhor representarem o infinito. Os próprios ofícios, celebrados numa língua que a massa popular não entende, preenchem o pensamento daquele que ora e o deixam encontrar na oração tudo o que está em relação com as necessidades do espírito e do coração. Eis aí por que a religião católica se assemelha à ave fênix da fábula, que se sucede de século em século e renasce continuamente de suas cinzas. Este grande mistério da fé é simplesmente um mistério da natureza.
Pareceria um enorme paradoxo dizermos que a religião católica é a única que pode ser justamente chamada de natural; e, contudo, isso é verdade; pois só ela satisfaz plenamente essa necessidade natural do homem, que é o sentimento religioso.
Vosso na santa ciência.
ELIPHAS LEVI

Nona Lição
A Cabala VI
Senhor e Irmão:
Se o dogma cristão-católico é completamente cabalístico, deve-se dizer o mesmo dos grandes santuários do mundo antigo. A lenda de Krishna, tal como a relata o Bhagavadam, é um verdadeiro Evangelho, similar ao nosso, porém mais ingênuo e brilhante. As encarnações de Vishnu são dez, como os Sefiroths da Cabala e formam uma revelação, de certo modo mais completa que a nossa. Osíris, morto por Tífon, depois ressuscitado por Ísis, é o Cristo renegado pelos judeus, depois glorificado na pessoa de sua mãe. A Tebaida é a grande epopéia religiosa que deve ser colocada ao lado do grande símbolo de Prometeu. Antígona é o tipo de mulher divina, tão pura quanto Maria. Em todas as partes o bem triunfa pelo sacrifício voluntário, após ter sofrido por algum tempo os assaltos desiguais da força fatal. Os próprios ritos são simbólicos e se transmitem de religião para religião.
As tiaras, as mitras, as sobrepelizes figuram em todas as grandes religiões. Depois se deduziu que todas eram falsas, quando, em verdade, falsa é a conclusão. A verdade é que a religião é una como a própria humanidade, progressiva como ela e permanecendo sempre a mesma, transformando-se continuamente. Se, para os egípcios, Jesus Cristo se denomina Osíris, para os escandinavos Osíris é Balder, morto pelo lobo Jeuris, mas Voda ou Odin lhe devolve a vida e as Valkírias servem-lhe hidromel no Valhala. Menestréis, druidas, bardos, cantavam a morte e a ressurreição de Tarenis ou Tetenus, distribuíam a seus fiéis o agárico sagrado, como nós fazemos com o buxo bendito nas festas do solstício de estio, e rendiam culto à virgindade, inspirado nas sacerdotisas da ilha do Sena.
Podemos, portanto, em plena consciência e com inteira razão, cumprir os deveres que nos impõe nossa religião materna. As práticas são atos coletivos e repetidos com intenção direta e perseverante. Semelhantes atos são sempre benéficos e fortificam a vontade, espécie de ginástica que nos conduz ao fim espiritual que queiramos alcançar. As práticas mágicas e os passes magnéticos não têm outro objetivo e dão resultados análogos aos das práticas religiosas, ainda que sejam mais imperfeitos.
Quantos homens não têm a energia para fazer o que desejam ou devem fazer? Há mulheres que se consagram sem desânimo a trabalhos tão repugnantes e penosos como os das enfermeiras e educadoras. De onde tiram a força? Das pequenas práticas repetidas. Rezam todos os dias o seu ofício e seu terço e fazem de joelhos a oração e o exame particular.
Vosso na santa ciência.
ELIPHAS LEVI

Décima Lição
A Cabala VII
Senhor e Irmão:
A religião não é uma servidão imposta ao homem, é um auxílio que se lhe oferece. As castas sacerdotais trataram, o tempo todo, de explorar, vender e transformar este auxílio em jugo insuportável; a obra evangélica de Jesus tinha por objeto separar a religião do sacerdote ou pelo menos colocar o sacerdote na posição de ministro ou servidor da religião, dando à consciência do homem toda a liberdade e razão. Vede a parábola do bom samaritano e estes preciosos textos: "A lei se fez para o homem e não o homem para a lei. Desgraçados aqueles que prendem e impõem, sobre as espáduas dos outros, fardos que gostariam de tocar apenas com as pontas dos dedos, etc., etc." A Igreja oficial declara-se infalível no Apocalipse, a chave cabalística dos evangelhos, e há no cristianismo, sempre, uma igreja oculta ou Joanita que, respeitando totalmente a necessidade da Igreja oficial, conserva do dogma uma interpretação diferente da que lhe dá o vulgo.
Os templários, os rosacruzes, os Franco-Maçons de alto grau pertenceram todos, antes da revolução francesa, à Igreja, da qual Martinez Pasqually, Saint-Martin e até Mme, de Krudemer foram os apóstolos no século XVIII.
O caráter distintivo desta escola é evitar a publicidade e não se constituir, nunca, em seita dissidente. O conde José de Maistre, esse católico tão radical, era, ainda que não se acredite, simpático à sociedade dos Martinistas e anunciava uma regeneração próxima do dogma por luzes que emanavam dos santuários do ocultismo. Existem todavia sacerdotes fervorosos que estão iniciados nas doutrinas antigas, e um bispo, entre outros, falecido recentemente, pediu-me que lhe ensinasse cabala. Os discípulos de Saint-Martin tomaram o pseudônimo de filósofos desconhecidos, e os discípulos de um mestre moderno muito conhecido não tiveram necessidade de tomar nome algum, pois o mundo não suspeitava da existência deles. Jesus disse que a levedura deve ocultar-se no fundo da vasilha que contém a massa para trabalhar dia e noite em silêncio até que a fermentação invada lentamente toda a massa que deve formar o pão.
Um iniciado pode, com simplicidade e sinceridade, praticar a religião em que haja nascido, porque todos os ritos representam diversamente um único e mesmo dogma; porém não deve abrir o fundo de sua consciência mais que a Deus e ninguém deve saber suas crenças mais íntimas. O sacerdote não pode julgar o que o próprio Papa não compreende. Os signos exteriores do iniciado são a ciência modesta, a filantropia sem ostentação, a uniformidade de caráter e a mais inalterável bondade.
Vosso na santa ciência.

ELIPHAS LEVI

Éliphas Lévi Zahed (tradução hebraica de Alphonse Louis Constant) - (1810 - 1875)

Estas cartas de Éliphas Lévi foram fornecidas por um dos seus discípulos, o Sr. Montaut. Foram publicadas pela primeira vez na revista L'Initiation em 1891.